Sunday, March 28, 2010

"uma casa onde se pode viver”


Toyo Ito em Arquitetura dos Limites Difusos reflete sobre a distância entre os espaços que conforma as experiências dos seres humanos e o espaço construído por um arquiteto; o primeiro é “uma casa onde se pode viver” e o segundo é uma “casa obra de um arquiteto”. Os argumentos desta “autocrítica”, que se reveste de grande importância pois se trata do espaço da vida cotidiana, advém do filósofo Koji Taki: “Por que apareceu esta diferença? (...) O espaço projetado pelo arquiteto não é resultado do tempo vivido por alguém; a casa como morada não se construiu a priori para as coisas que residem no futuro. Estas revelam os aspectos espaciais do lugar habitável como um conceito lírico codificado. Entre as contradições e as relações interativas destes aspectos surgem nossas reflexões sobre o espaço habitável. As diversidades lingüísticas do espaço habitável estão relacionadas. (...). A criação do arquiteto aparece de modo que extrai aquilo essencial do conceito de arquitetura que passa desapercebido mas além do caráter vivente da casa. Ao dispor o modo como os demais vêem as coisas, se desvelam e se expressam os limites do espaço que um indivíduo pode visualizar no presente”.(KOJI apud ITO, 2006)
Toyo Ito deduz que há uma defasagem entre o corpo como “experiência vivida” e o “outro corpo”, que aspira a tal linguagem lírica (conotativa, subjetiva, pessoal), um corpo criado mediante a consciência ampliada da tecnologia moderna.

ITO, Toyo. Arquitetura dois limites difusos. Barcelona: Gustavo Gili, 2006
Trabalho da Laura Cantarelli In: Verb Connection, Actar, Barcelona, 2004.

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