Monday, April 20, 2009

Redes sociais, redes urbanas e outras

Rede - Anne Cauquelin in Arte Contemporânea
Características das redes: É um conjunto extensível e auto-organizável. Elas repercutem-se umas sobre outras. A noção de sujeito comunicante se apaga em proveito da produção global de comunicações. A anelação ou autonomia em relação a outros sistemas, estruturas. Nominação ou prevalência do continente (a rede prevalece sobre o conteúdo). Redundância ou saturação, quer dizer, na rede pode haver a construção de uma realidade de segundo grau, simulação.

Redes sócio-culturais: Rede é o próprio tecido da sociedade
Distinguir redes alternativas e as pirâmides disfarçadas com base nos autores: Deleuze, Guattari, Mendel, Castels
Redes são tecidos sociais que se formam a partir do estabelecimento de relações entre entes independentes, mobilizados por uma questão ou objetivos comuns que, de alguma forma, concorra para os objetivos específicos de cada ente (Inojosa, 2001). Esta definição enfatiza ou privilegia a comunicação ou relação entre pessoas e o objetivo compartilhado. Manuel Castells se encaminha para a mesma ênfase na conexão, para ele rede é um conjunto de nós interconectados...
INOJOSA, Rose Marie. Redes de Compromisso Social. In: Revista de Administração Pública - RAP. Rio de Janeiro: FGV,33 (5),set./out.1999: 115-141.

As formações sócio-espaciais são constituídas como dois tipos de espaço os espaços dos lugares e espaços dos fluxos segundo Manuel Castells. Assim o espaço social é compreendido dos processos que operam em um lugar específico que o distinguem e, talvez, fornecer-lhe uma identidade, e pelos processos que são operados através dos lugares poder criar uma formação social coerente em relação às conexões. Estes dois jogos de processos não são exclusivos operam-se simultaneamente para produzir resultados espaciais em “pacotes” sociais complexos. Não obstante é analiticamente útil distingui-los.
Os espaços são criados por práticas sociais. Assim não são universais, eles são sempre historicamente específicos. Os espaços tornam-se socialmente importantes quando são constituídos por práticas sociais inumeráveis. Neste ponto definem uma espacialidade material de vida. Todas as espacialidades são produtos de agentes sociais que operam como os fabricantes dos espaços. Há fabricantes dos espaços de lugares que criam mundos de identidades ' locais ', e há fabricantes dos espaços dos fluxos que criam mundos das conexões. Com estas práticas sociais e suas espacialidades, são os dados formais da coexistência entre os espaços dos lugares e os espaços dos fluxos.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em redes. Tradução: Klaus Brandini Gerhrdt. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 2000.


Redes são articulações entre diversas unidades que, através de certas ligações, trocam elementos entre si, fortalecendo-se reciprocamente, e que podem se multiplicar em novas unidades, as quais, por sua vez, fortalecem todo o conjunto na medida em que são fortalecidas por ele, permitindo-lhe expandir-se em novas unidades ou manter-se em equilíbrio sustentável. Cada nódulo da rede representa uma unidade e cada fio um canal por onde essas unidades se articulam através de diversos fluxos (...). MANCE, Euclides André. A Revolução das Redes. São Paulo, Ed. Vozes,2000.


Hipertexto e redes in "As Tecnologias da Inteligência" de Pierre Lévy:
"A fim de preservar as possibilidades de múltiplas interpretações do modelo de hipertexto, propomos caracterizá-lo através de seis princípios abstratos:
Princípio da metamorfose: A rede hipertextual está em constante construção e renegociação. Ela pode permanecer estável durante certo tempo, mas esta estabilidade é em si mesma fruto de um trabalho. Sua extensão, sua composição e seu desenho estão permanentemente em jogo para os atores envolvidos, sejam eles humanos, palavras, imagens, traços de imagens ou de contexto, objetos técnicos, componentes desses objetos etc.
Princípio da heterogeneidade: Os nós e as conexões de uma rede hipertextual são heterogêneos. Na memória serão encontradas imagens, sons, palavras, diversas sensações, modelos etc, e as conexões serão lógicas, afetivas, etc. Na comunicação, as mensagens serão multimídias, multimodais, analógicas, digitais, etc. O processo sociotécnico colocará em jogo pessoas, grupos, artefatos, forças naturais de todos os tamanhos, com todos os tipos de associações que pudermos imaginar entre esses elementos.
Princípio de multiplicidade ou encaixe de escalas: O hipertexto se organiza de modo "fractal ", ou seja, qualquer nó ou conexão, quando analisado, pode revelar-se como sendo composto por toda uma rede, e assim por diante, indefinidamente, ao longo da escala dos graus de precisão. Em algumas circunstancias críticas, há efeitos que podem propagar-se de uma escala a outra: a interpretação de uma vírgula em um texto ( elemento de uma microrrede de documentos ), caso se trate de um tratado internacional, pode repercutir na vida de milhões de pessoas ( na escala da macrorrede social ) .
Princípio de exterioridade: A rede não possui unidade orgânica, nem motor interno. Seu crescimento e sua diminuição, sua composição e sua recomposição permanente dependem de um exterior indeterminado: adição de novos elementos, conexões com outras redes, excitação de elementos terminais ( captadores ), etc. Por exemplo, para a rede semântica de uma pessoa escutando um discurso, a dinâmica dos estados de ativação resulta de uma fonte externa de palavras e imagens. Na constituição da rede sociotécnica intervêm o tempo todo elementos novos que não lhe pertenciam no instante anterior: elétrons, micróbios, raios X, macromoléculas, etc.
Princípio de topologia: Nos hipertextos, tudo funciona por proximidade, por vizinhança. Neles, o curso dos acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos. Não há espaço universal homogêneo onde haja forças de ligação e separação, onde as mensagens poderiam circular livremente. Tudo que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal como ela se encontra, ou então será obrigado a modificá-la. A rede não está no espaço, ela é o espaço.
Princípio de mobilidade dos centros: A rede não tem centro, ou melhor, possui permanentemente diversos centros que são como pontas luminosas perpetuamente móveis, saltando de um nó ao outro, trazendo ao redor de si uma ramificação infinita de pequenas raízes, de rizomas, finas linhas brancas esboçando por um instante um mapa qualquer com detalhes delicados, e depois correndo para desenhar mais à frente outras paisagens de sentido."(Lévy, P, 1993, p 25-26) .

Nova gramática espacial no mundo das redes. In. GaWC Research Bulletin 117 (Z) : 'Place as Network' (R.G. Smith).

No comments: