Saturday, April 18, 2009

A Inteligência Coletiva. Prólogo o Planeta nômade

LÉVY. Pierre. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Loyola, 2003.

O Planeta nômade
O atual curso dos acontecimentos converge para a constituição de um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho paras as sociedades humanas.
A cultura em rede ainda não está estabelecida. A forma e o conteúdo do ciberespaço ainda são especialmente indeterminados. Não existe nenhum determinismo tecnológico ou econômico simples em relação a este assunto. Escolhas políticas e culturais abrem-se diante dos governos, dos cidadãos, dos garndes agentes econômicos.
Não se trata apenas de raciocinar em termos de impacto, mas também em termos de projeto. Com que objetivo queremos desenvolver as redes digitais de comunicação interativa?

O desenvolvimento dos novos instrumentos de comunicação inscreve-se em uma mutação de grande alcance, à qual ela impulsiona, mas que o ultrapassa. Numa palavra diz Pierre Lévy: voltamos a ser nômades. O que isso significa.
O nomadismo dessa época se refere a transformação contínua e rápida das “paisagens” cientifica, técnica, econômica, profissional, mental...
Mas como saber que uma resposta convém a uma configuração que se apresenta pela primeira vez e que ninguém programou? (...) A realidade não estava posta, exterior a nós, mas já era resultado transitório de que fazíamos juntos...
O espaço do novo nomadismo não é o território geográfico, nem o das instituições, ou dos Estados, mas um espaço invisível de conhecimentos, saberes, potências de pensamento em que brotam e se transformam qualidades do ser, maneiras de constituir sociedade.

As hierarquias burocráticas, fundadas na escrita, as monarquias midiáticas, televisão e mundo das mídias e as redes internacionais de economia só mobilizam e coordenam parcialmente inteligência, o savoir-faire, a sabedoria e a imaginação dos seres humanos.
É por isso que a invenção de novos procedimentos de pensamento e negociação que possam fazer emergir verdadeiras inteligências coletivas se faz urgente. As tecnologias intelectuais são a zona crítica, o lugar político da mutação antropológica contemporânea.

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