As 100 melhores fotos de arte urbana de 2011 | Araka
Saturday, December 31, 2011
Saturday, December 03, 2011
O modelo de cidade dos subúrbios norte-americanos que estamos copiando |
O modelo de cidade dos subúrbios norte-americanos que estamos copiando |
O vídeo oferece meios para refletir sobre este modelo de cidade que se espalha no Brasil através da explosão de condomínios fechados (para todas as classes), a massificação do automóvel, e o grande número de shopping centres espalhados em áreas densamente ocupadas das nossas cidades.
O vídeo oferece meios para refletir sobre este modelo de cidade que se espalha no Brasil através da explosão de condomínios fechados (para todas as classes), a massificação do automóvel, e o grande número de shopping centres espalhados em áreas densamente ocupadas das nossas cidades.
Monday, November 28, 2011
Saturday, November 05, 2011
Tuesday, November 01, 2011
Thursday, August 25, 2011
Spatial Agency: About
Spatial Agency: About
Spatial Agency is a project that presents a new way of looking at how buildings and space can be produced. Moving away from architecture's traditional focus on the look and making of buildings, Spatial Agency proposes a much more expansive field of opportunities in which architects and non-architects can operate. It suggests other ways of doing architecture.
ver Dissemination
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Spatial Agency is a project that presents a new way of looking at how buildings and space can be produced. Moving away from architecture's traditional focus on the look and making of buildings, Spatial Agency proposes a much more expansive field of opportunities in which architects and non-architects can operate. It suggests other ways of doing architecture.
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Wednesday, August 24, 2011
O que seria uma arquitetura menor? (1)
A designação menor de Deleuze e Guattari não se refere à escala ou à dimensão e ainda menos a hierarquia. Uma intervenção menor é um agenciamento, quer dizer, uma prática. Coloca obra ou trabalho como um laboratório de experimentação e de experiências discursivas, poéticas e sociais, a fim de observar como se apropriam, usam, descartam significados, coisas, espaços, expressões. Uma proposição menor deve ainda funcionar como uma máquina desmontável. Na definição de uma literatura menor, Deleuze e Guattari distinguem-se três elementos fundamentais:
“em primeiro lugar, a literatura menor se caracteriza como prática de uma minoria numa língua maior que é modificada ‘por um forte coeficiente de desterritorialização’. Em segundo lugar, pela natureza imediatamente política do seu enunciado. O espaço exíguo faz com que cada caso individual seja ligado à política, abolindo assim as distinções entre o privado e o público, o íntimo e o social. Em terceiro lugar, pelo fato de que tudo adquire um valor coletivo. Aqui o enunciado individual é imediatamente coletivo, e o escritor, na sua individualidade, desde já articula uma ação comum. Mas como entender esta prática motivada por “um forte coeficiente de desterritorialização”? (Schollhammer, s. d).,
Esta pergunta de Schollhammer, dirigida às motivações das práticas menores, pode ser redirecionada aos meios ou aos agentes das práticas: Como compreender e atuar em mundos em constante mutação? Como compreender e interagir com a natureza plástica dos homens e de suas relações?
Referências:
DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Felix. Kafka, por uma literatura menor. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003.
SCHOLLHAMMER, Karl Erik. As práticas de uma língua menor: reflexões sobre um tema de Deleuze e Guattari. Juiz de Fora. Ipotesi, revista de estudos literários. v. 5, n. 2, p. 59 a 70
Citado em Por uma Litertura Menor de Deleuze & Guattari _ O castelo, Kafka _ ver também: (Kafka, 1991, EUA, P&B e cor, 98’)/ De: Steven Soderbergh/Com: Jeremy Irons, Theresa Russel, Joel Grey |
Friday, August 12, 2011
diversecity-architects
diversecity-architects
'The DiverseCity exhibition celebrates diversity of people in architecture . " ver link
(...) This exhibition shows a selection of people and projects who have taken part in this Global Snowball celebrating ethnicity and gender'.
Angela Brady, Chair, Women In Architecture,
Architects For Change - The RIBA Equality Forum
‘Diversity in our profession is not only required it is desirable. Gender balance and ethnic variety brings a richness to our practises that reflects the richness of oursociety on our small planet.’
Jack Pringle, RIBA president
'The DiverseCity exhibition celebrates diversity of people in architecture . " ver link
(...) This exhibition shows a selection of people and projects who have taken part in this Global Snowball celebrating ethnicity and gender'.
Angela Brady, Chair, Women In Architecture,
Architects For Change - The RIBA Equality Forum
‘Diversity in our profession is not only required it is desirable. Gender balance and ethnic variety brings a richness to our practises that reflects the richness of oursociety on our small planet.’
Jack Pringle, RIBA president
Bibliografia referencial 2011/02
Argan, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo. Companhia das Letras, 1992
_________________. História da Arte como História da Cidade. São Paulo. Martins Fontes, 1992.
BASTOS, Fernando. Panorama das Idéias Estéticas no Ocidente (De Platão a Kant). Brasília: Ed. UnB, 1987.
BAUDELAIRE, Charles. A Modernidade de Baudelaire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I São Paulo: Brasiliense, 1989
CHOAY. Françoise. A Regra e o Modelo. São Paulo: Perspectiva.
CONSIGLIERI, Victor. As significações da Arquitetura. 1920-1990. Lisboa: Estampa, 2000
de fusco, Renato. A idéia de arquitetura. São Paulo: Lisboa: Martins Fontes
DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Felix. Mil Platos. São Paulo Ed. 34 (volumes 1 e 5).
DELEUZE, Gilles. A Dobra, Leibniz e o Barroco. Campinas: Papirus, 1991.
DUARTE, Fábio. Crise das matrizes espaciais. São Paulo: Perspectiva, 2002
DUARTE, Rodrigo. O Belo Autônomo, Textos Clássicos de Estética. Belo Horizonte: eDUFMG, 1997
FERRY, Luc. Homo Aestheticus. A Invenção do Gosto na Era Democrática. São Paulo: Ática, 1994
FLUSSER, Vilém. O mundo codificado. São Paulo: Cosac & Naify, 2007
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes.
GIL, José. Metamorfoses do Corpo. Lisboa: Relógio D’ Água, 1997.
GOMBRICH, Ernest. Hegel e a História da Arte In Gávea n. 5, abril, 1988
GUINSBURG, J. O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 1993, 3a. ed.
HAAR, Michel. A obra de arte. Ensaio sobre a Ontologia das obras. Rio de Janeiro: Difel, 2000
HABERMAS, Jürgen. O Discurso Filosófico da Modernidade. Lisboa: Presença, 1990
HESIODO. Teogonia
HOMERO. Odisséia / Ilíada
KAHN, Andrea. Disclosure: Approaching Architecture. Harvard Architectural Review (1992), n. 8, p. 4. e
KANT, Immanuel. Crítica da Faculdade do Juízo. Rio de Janeiro: Forense, 1993.
LE CORBUSIER. A Arte Decorativa. São Paulo: Martins Fontes, 1996
LE CORBUSIER. Por uma Arquitetura. São Paulo: Perspectiva. 1989.
LÉVY. Pierre. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Loyola, 2003.
LÉVY. Pierre. Tecnologias da Inteligência, 2003.
MITTCHEL, William J. E-topia, A vida urbana- mas não como a conhecemos. São Paulo: SENAC, 2002.
NESBIT, Kate. (org). Uma nova agenda para a arquitetura 1965-1995. São Paulo: Cosacnaify, 2006
PARENTE, André (org.). Imagem-Máquina. São Paulo: Ed. 34, 1996
PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens Urbanas. São Paulo: SENAC: Fapesp: Marca D’Água, 1996
PLATÃO. A República. / Timeu.
STAROBINSKI, Jean. A Invenção da Liberdade, São Paulo: EdUNESP, 1994
VAN DER ROHE. Mies. Escritos. Fac-simile
VITRUVIO. Da Arquitetura. São Paulo: FUPAM: HUCITEC, 1999
Filmes: A Guerra do Fogo; Invasões bárbaras, Noel, Basquiat, filmes com textos de Shakeaspeare, Willian. Hamlet. / Otelo. / Romeu e Julieta/ Matrix de Andy Wachowski e Larry Wachowski.
Thursday, July 21, 2011
Friday, July 15, 2011
Videocast "A Morte do Popstar" - Episódio #7
"O papel do autor [artista, produtor, arquiteto] é o que: é aprender e ensinar como conectar pessoas com conhecimentos diversos para aprender e criar novos conceitos para que sejam produzidos por mais pessoas (...)"
Entrevista com Ricardo Palmieri. Gravada durante o seminário "A Morte do Popstar", dentro da programação do Festival Música Livre, UFES, DEZ/2009.
Thursday, July 07, 2011
YouTube - The High Line Design Video
Tuesday, June 21, 2011
Wednesday, June 15, 2011
Multitudes Web - 2. Y-a-t-il un espace public populaire ?
Multitudes Web - 2. Y-a-t-il un espace public populaire ?
Entretien avec Eustache Kouvelakis par Arlette Farge
Existe um espaço público popular?
Entretien avec Eustache Kouvelakis par Arlette Farge
Multitudes Web - 1. Le privé et le public , une circulation nécessaire
Multitudes Web - 1. Le privé et le public , une circulation nécessaire
Mise en ligne septembre 1997
L’opposition entre ces deux termes [1], privé et public, est à la fois ancienne et moderne. C’est sans doute pourquoi je la crois toujours incroyablement pertinente. Hannah Arendt, introduisant avec force le « social » comme troisième dimension, n’a pas réellement modifié cette opposition classique. On peut le regretter ; mais il faut partir de là.
Nous savons que l’affirmation de la séparation entre ces deux espaces, ces deux sphères, est une construction moderne. Si construction il y a, la représentation de cette construction importe autant que sa réalité. Si cette représentation existe autant que sa réalité, elle n’est pas le double de la réalité, plutôt une fiction, source. C’est pourquoi je substitue une construction à une autre : je propose de parler de circulation entre le privé et le public. De ce point de vue l’image de deux sphères est meilleure que celle de deux espaces car le recoupement des sphères se conçoit visuellement assez facilement.
La construction moderne des deux sphères est bornée par deux repères : la production de la vie d’une part, le gouvernement d’autre part. Le premier repère relèverait du privé, le second du public. Il apparaît rapidement, sur ces deux points, que la circulation l’emporte sur la séparation. Reproduction humaine et production sociale s’entraînent mutuellement ; gouvernement politique et gouvernement domestique ont une origine historique commune.
Il est vrai que mon point de vue est privilégié : avec le prisme de l’histoire des femmes et la recherche de la pensée de la différence des sexes, la perspective montre d’emblée comment les cercles des sphères se recoupent. Je propose donc de considérer la différence des sexes, sous l’image de la femme, comme un opérateur, opérateur de lecture de la circulation entre privé et public.
Nous savons que l’affirmation de la séparation entre ces deux espaces, ces deux sphères, est une construction moderne. Si construction il y a, la représentation de cette construction importe autant que sa réalité. Si cette représentation existe autant que sa réalité, elle n’est pas le double de la réalité, plutôt une fiction, source. C’est pourquoi je substitue une construction à une autre : je propose de parler de circulation entre le privé et le public. De ce point de vue l’image de deux sphères est meilleure que celle de deux espaces car le recoupement des sphères se conçoit visuellement assez facilement.
La construction moderne des deux sphères est bornée par deux repères : la production de la vie d’une part, le gouvernement d’autre part. Le premier repère relèverait du privé, le second du public. Il apparaît rapidement, sur ces deux points, que la circulation l’emporte sur la séparation. Reproduction humaine et production sociale s’entraînent mutuellement ; gouvernement politique et gouvernement domestique ont une origine historique commune.
Il est vrai que mon point de vue est privilégié : avec le prisme de l’histoire des femmes et la recherche de la pensée de la différence des sexes, la perspective montre d’emblée comment les cercles des sphères se recoupent. Je propose donc de considérer la différence des sexes, sous l’image de la femme, comme un opérateur, opérateur de lecture de la circulation entre privé et public.
Le vivant
La pensée féministe de ces vingt dernières années a insisté sur le fait que la reproduction de la vie, enfantement et entretien de l’existence, participait du système de production. Reprise vigoureuse de l’analyse marxiste qu’il serait vain d’oublier et qui a servi de démonstration à l’assertion d’alors : « le privé est politique ». Mais ce n’est pas pour autant que furent entrepris des analyses sur la circulation entre les sphères. Sur deux points par exemple, la production de la vie et le travail des femmes.
Repartons du corps et du vivant, deux termes proches et pourtant distincts : en parallèle, notre époque vit deux grandes révolutions, celle d’une appropriation, par les femmes, de leur corps à travers la contraception et le droit à l’avortement, et celle de la maîtrise du vivant avec les Nouvelles Technologies de Reproduction. D’un côté le corps reproducteur d’une femme change de statut, et d’objet, devient sujet : « notre corps nous-mêmes », disaient les féministes. Et ce passage à la position de sujet est une vraie et bonne révolution dans ce siècle de désastres. De l’autre côté, la technologie apporte des réponses aux difficultés de procréation qui placent la reproduction entre, là encore, une maîtrise, et le commerce traditionnel des femmes. Deux révolutions, deux nouvelles maîtrises dont le parallélisme historique nécessite la compréhension de leur interdépendance, plus même, une analyse conjointe.
Le lien entre production et reproduction se lit évidemment assez bien à travers le travail des femmes, salarié et non salarié. Je parlerai volontiers du brouillage savamment entretenu dans les représentations de la fameuse « double journée » des femmes. Deux exemples : le travail domestique, payé ou non payé suivant qu’il est accompli par la femme du foyer ou par une employée de maison, n’est jamais appréhendé dans ce double statut. Voilà pourtant une circulation privé/public drôlement complexe ! Quant à la double journée des femmes, qui permet quelques mensonges aussi bien sur le temps partiel que sur le désir des femmes à chercher des aménagements, je soulignerai simplement ceci : au moment où tous s’intéressent à l’éthique dans l’entreprise, il me semble qu’il serait bon de « démoraliser » la condition de la femme au travail. A contretemps d’une éthique propre au salarié citoyen et à son employeur, je verrai bien les femmes désigner l’articulation privé/public de leur double journée comme ce qui doit cesser de relever d’une prétendue responsabilité morale.
Repartons du corps et du vivant, deux termes proches et pourtant distincts : en parallèle, notre époque vit deux grandes révolutions, celle d’une appropriation, par les femmes, de leur corps à travers la contraception et le droit à l’avortement, et celle de la maîtrise du vivant avec les Nouvelles Technologies de Reproduction. D’un côté le corps reproducteur d’une femme change de statut, et d’objet, devient sujet : « notre corps nous-mêmes », disaient les féministes. Et ce passage à la position de sujet est une vraie et bonne révolution dans ce siècle de désastres. De l’autre côté, la technologie apporte des réponses aux difficultés de procréation qui placent la reproduction entre, là encore, une maîtrise, et le commerce traditionnel des femmes. Deux révolutions, deux nouvelles maîtrises dont le parallélisme historique nécessite la compréhension de leur interdépendance, plus même, une analyse conjointe.
Le lien entre production et reproduction se lit évidemment assez bien à travers le travail des femmes, salarié et non salarié. Je parlerai volontiers du brouillage savamment entretenu dans les représentations de la fameuse « double journée » des femmes. Deux exemples : le travail domestique, payé ou non payé suivant qu’il est accompli par la femme du foyer ou par une employée de maison, n’est jamais appréhendé dans ce double statut. Voilà pourtant une circulation privé/public drôlement complexe ! Quant à la double journée des femmes, qui permet quelques mensonges aussi bien sur le temps partiel que sur le désir des femmes à chercher des aménagements, je soulignerai simplement ceci : au moment où tous s’intéressent à l’éthique dans l’entreprise, il me semble qu’il serait bon de « démoraliser » la condition de la femme au travail. A contretemps d’une éthique propre au salarié citoyen et à son employeur, je verrai bien les femmes désigner l’articulation privé/public de leur double journée comme ce qui doit cesser de relever d’une prétendue responsabilité morale.
Le gouvernement
Nous avons pris l’habitude de ne voir le gouvernement que sous sa forme publique et politique. La famille, société de la vie privée, est considérée sous l’angle de son « chef » d’un côté, et de « l’autorité parentale » de l’autre. Tels furent les termes du XXè siècle. Pourtant, l’autorité dans l’espace familial fut longtemps couplée avec la souveraineté nationale sous le terme polysémique de « gouvernement ». Jusqu’à la fin de l’Ancien Régime, en effet, on pense d’un même mouvement le gouvernement domestique et le gouvernement politique avec la double image patriarcale du père et du roi. Et dans les deux espaces, privé et public, se posait la question du gouvernement des femmes, mis en balance de façon comparative : dans la famille, le gouvernement leur est plus facilement contesté qu’à la Cour ; tel est l’avis de Montesquieu, tout à fait théorique il est vrai.
Mais l’intéressant est dans la comparaison et dans le fait qu’on envisage l’existence parallèle de deux gouvernements. C’est ce que Le Contrat social de Rousseau va dissoudre, exigeant que toute comparaison cesse entre la structure d’un Etat et celle de la famille. Dans l’espace public, le gouvernement sera désormais concurrencé par la représentation politique, deux façons distinctes d’exercer le pouvoir ; dans la famille, en revanche, surgit et resurgit l’idée du chef et de son autorité incontesté. On ne discute plus alors du gouvernement des femmes dans une situation comme dans l’autre : après 1800, les femmes sont hors de la citoyenneté politique d’une part et en situation de tutelle civile d’autre part. L’heure n’est pas au pouvoir des femmes. Cela renvoie à la thèse même d’Aristote : quel que soit le rapport entre les sexes, la femme n’a jamais le pouvoir de commandement.
Inutile de dire que le XXè siècle s’est bien gardé de respecter ces impératifs. Dans la sphère publique comme dans la sphère privée, la question du pouvoir des hommes et des femmes est désormais soulevée, et loin d’être réglée. Dans la famille, les autorités sont conjointes ou disjointes, dans la cité les hommes tentent de garder leur monopole. Dans les deux cas, existe maintenant une tension entre hommes et femmes à partir de leurs positions respectives de sujets et de citoyens.
Mais l’intéressant est dans la comparaison et dans le fait qu’on envisage l’existence parallèle de deux gouvernements. C’est ce que Le Contrat social de Rousseau va dissoudre, exigeant que toute comparaison cesse entre la structure d’un Etat et celle de la famille. Dans l’espace public, le gouvernement sera désormais concurrencé par la représentation politique, deux façons distinctes d’exercer le pouvoir ; dans la famille, en revanche, surgit et resurgit l’idée du chef et de son autorité incontesté. On ne discute plus alors du gouvernement des femmes dans une situation comme dans l’autre : après 1800, les femmes sont hors de la citoyenneté politique d’une part et en situation de tutelle civile d’autre part. L’heure n’est pas au pouvoir des femmes. Cela renvoie à la thèse même d’Aristote : quel que soit le rapport entre les sexes, la femme n’a jamais le pouvoir de commandement.
Inutile de dire que le XXè siècle s’est bien gardé de respecter ces impératifs. Dans la sphère publique comme dans la sphère privée, la question du pouvoir des hommes et des femmes est désormais soulevée, et loin d’être réglée. Dans la famille, les autorités sont conjointes ou disjointes, dans la cité les hommes tentent de garder leur monopole. Dans les deux cas, existe maintenant une tension entre hommes et femmes à partir de leurs positions respectives de sujets et de citoyens.
La circulation
Au regard de la dimension sexuée de l’histoire, les deux repères proposés, le vivant et le gouvernement, illustrent le propos d’une circulation bien plus que d’une séparation des deux sphères. Le vivant désigne la reproduction de l’espèce comme un tissu où se lient et se délient la maîtrise et le travail que cette reproduction exige. Le gouvernement montre qu’un espace d’autorité se pense en relation à l’autre espace et non dans une hétérogénéité respective ; famille et cité se répondent.
Deux brefs exemples : il est remarquable que la maîtrise du vivant oblige à mettre sur la place publique ce qui relevait de l’intime à l’intérieur du privé : la production du foetus. Celle-ci est devenue, du côté de l’autonomie des femmes comme des techniques de reproduction une véritable affaire publique (cf Barbara Duden, L’invention du foetus, ed. Descartes et Cie, 1995).
De même, en interprétant la lutte pour ou contre le divorce depuis la première loi de 1792 comme une affaire religieuse dans une république naissante, on s’est privé de la lecture d’un enjeu politique autre, celui de la liberté des femmes. Le divorce donne une indépendance citoyenne aux femmes, une liberté privée dont elles pourraient user dans la vie publique. Telle est l’interprétation du Vicomte de Bonald dès 1800 et il ne se trompe guère.
Plaidons, donc, pour cette circulation des affaires et des enjeux entre la sphère privée et la sphère publique. Circulation politique vraisemblablement car, en faisant de la différence des sexes un opérateur pour lire cette circulation, on s’aperçoit qu’il s’agit souvent d’évaluer la liberté des femmes et l’égalité des sexes. L’autonomie, l’indépendance, le gouvernement de soi, nous renvoient à cet individu démocratique pris entre deux lieux, privé et public.
Gardons-nous cependant de coller l’étiquette politique trop simplement. L’affaire des sans papiers illustre bien l’ambiguïté de cette circulation politique. Certes, le féminisme a dit que le privé était politique ; à quoi il fut aussitôt rétorqué, à juste titre, que l’intime reste néanmoins privé. « Pour vivre heureux, vivons cachés » est une formule qui aurait plu à Hannah Arendt. Mais le privé intime n’est pas seulement le support du bonheur ; il est aussi celui de la liberté de chacun. L’Etat, qui n’est pas tout du public n’a pas que des droits face au privé (cf. Etienne Balibar, Le Monde, 19 février 1997). Inversement, cache-t-on seulement l’intimité du bonheur ou la liberté menacée ?
Il est des espaces publics où se retire la vie privée dès lors que la vie individuelle échappe au ronronnement de la vie sociale quotidienne. La maladie, l’accident, la mort sont désormais si peu exposés au regard public (hors de quelques médiatisations) que la personne singulière est reléguée dans des lieux spécialisés. La maladie a-t-elle vraiment « droit de cité » ? Offre-t-on aujourd’hui à la mort un espace de deuil, ou plutôt un temps social de deuil ? Quelle violence du caché, violence imposée parfois plus qu’on ne l’imagine ?
Cacher le bonheur, cacher l’être menacé, cacher le corps souffrant : ces attitudes existentielles, en rien semblables, nous laissent dans cet aléatoire d’une circulation entre le privé et le public, à jamais ouvert sur le choix de l’individu singulier.
Deux brefs exemples : il est remarquable que la maîtrise du vivant oblige à mettre sur la place publique ce qui relevait de l’intime à l’intérieur du privé : la production du foetus. Celle-ci est devenue, du côté de l’autonomie des femmes comme des techniques de reproduction une véritable affaire publique (cf Barbara Duden, L’invention du foetus, ed. Descartes et Cie, 1995).
De même, en interprétant la lutte pour ou contre le divorce depuis la première loi de 1792 comme une affaire religieuse dans une république naissante, on s’est privé de la lecture d’un enjeu politique autre, celui de la liberté des femmes. Le divorce donne une indépendance citoyenne aux femmes, une liberté privée dont elles pourraient user dans la vie publique. Telle est l’interprétation du Vicomte de Bonald dès 1800 et il ne se trompe guère.
Plaidons, donc, pour cette circulation des affaires et des enjeux entre la sphère privée et la sphère publique. Circulation politique vraisemblablement car, en faisant de la différence des sexes un opérateur pour lire cette circulation, on s’aperçoit qu’il s’agit souvent d’évaluer la liberté des femmes et l’égalité des sexes. L’autonomie, l’indépendance, le gouvernement de soi, nous renvoient à cet individu démocratique pris entre deux lieux, privé et public.
Gardons-nous cependant de coller l’étiquette politique trop simplement. L’affaire des sans papiers illustre bien l’ambiguïté de cette circulation politique. Certes, le féminisme a dit que le privé était politique ; à quoi il fut aussitôt rétorqué, à juste titre, que l’intime reste néanmoins privé. « Pour vivre heureux, vivons cachés » est une formule qui aurait plu à Hannah Arendt. Mais le privé intime n’est pas seulement le support du bonheur ; il est aussi celui de la liberté de chacun. L’Etat, qui n’est pas tout du public n’a pas que des droits face au privé (cf. Etienne Balibar, Le Monde, 19 février 1997). Inversement, cache-t-on seulement l’intimité du bonheur ou la liberté menacée ?
Il est des espaces publics où se retire la vie privée dès lors que la vie individuelle échappe au ronronnement de la vie sociale quotidienne. La maladie, l’accident, la mort sont désormais si peu exposés au regard public (hors de quelques médiatisations) que la personne singulière est reléguée dans des lieux spécialisés. La maladie a-t-elle vraiment « droit de cité » ? Offre-t-on aujourd’hui à la mort un espace de deuil, ou plutôt un temps social de deuil ? Quelle violence du caché, violence imposée parfois plus qu’on ne l’imagine ?
Cacher le bonheur, cacher l’être menacé, cacher le corps souffrant : ces attitudes existentielles, en rien semblables, nous laissent dans cet aléatoire d’une circulation entre le privé et le public, à jamais ouvert sur le choix de l’individu singulier.
[1] Notes pour le séminaire "Penser le contemporain", ENS Fontenay-Saint-Cloud, mai 1997 ; sur ce thème, y intervenaient également Jean Robelin et François Roussel.
Tuesday, May 10, 2011
Identidade e trânsito
"Há momentos da cidade em que ninguém nem nada permanece. Para definir o modo em que se habita neles é necessário descobrir a identidade de quem se move através da cidade. Uma tarefa bastante difícil, se si considerada que o trânsito sempre vem acompanhado de uma perda de identidade." Pablo Ocampo.
OCAMPO, Pablo Failla. Periferia: La heterotopia del no-lugar. Santiago: Ediciones A+C, 2002.
Monday, May 09, 2011
Dezeen Screen » video Archive » Shenzhen architecture biennale: Neville Mars and Marco Casagrande
Dezeen Screen » video Archive » Shenzhen architecture biennale: Neville Mars and Marco Casagrande
architects Neville Mars and Marco Casagrande explain their projects
architects Neville Mars and Marco Casagrande explain their projects
Thursday, May 05, 2011
Quadro de etimologias relacionadas a palavra lugar
THORNBERG, Josep Muntanola La Arquitectura Como Lugar. Barcelona. Editorial Gustavo Gili, S.A., 1974
"Espaços de comunicação intercultural" de Rico Lie
Excertos do texto de Rico Lie "Espaços de comunicação intercultural" para apresentar o conceito de liminar e liminóide. Este conceito traz aspectos de interação e interatividade que elementos arquitetônicos carreiam como as soleiras e os umbrais, que são espaços de transição por excelência como já foi dito, A função de intertício, de intervalo dw determinados espaços elimina ou produz gradações em relação às divisões territoriais rígidas.
*Excerto do texto "Espaços de comunicação intercultural" de Rico Lie
"Todas as pessoas estão em certa medida, permanentemente em trânsito... Não tanto ‘de onde vens?’, senão ‘onde estás?’ (The intercultural identity question.)". (CLIFFORD, 1992, p.109)
“O espaço é um lugar praticado”. (De CERTEAU, 1984, p.117)
Esta é uma citação bastante mencionada de de Certeau (publicada originalmente em francês em 1974). A citação prossegue com “Assim a rua definida geometricamente pelo planejamento urbano é transformada em um espaço pelos caminhantes” (De CERTEAU, 1984, p.117). De um modo interpretativo resume a diferença entre espaço (ruimte [em holandês] / espace [em francês]) e lugar (plaats [em holandês] / lieu [em francês]). Ou seja, o espaço é um lugar vivido, assim, através da (inter)ação e a comunicação, os lugares transformam‐se em espaços de comunicação. Segundo De Certeau, os lugares são fixos e estáveis. As fronteiras dos lugares foram fixadas e podem ser determinadas de forma precisa. As fronteiras dos espaços são flexíveis e foram construídas de uma maneira simbólica, interpretativa. (COHEN, 1985) Assim, ‘caminhar pela cidade’ transforma o lugar em espaço. (De CERTEAU, 1984, p.91‐110) Por outro lado, ‘assistir à televisão em casa’ pode, por exemplo, também ser visto como um lugar vivido ou praticado. Este não é somente o caso, porque a casa é um cenário geográfico definido, mas também porque o texto televisivo em si, nas palavras de De Certeau (ibidem, p.117) é “um lugar constituído por um sistema de signos” é transformado em espaço, pelo ato de assistir. Estes espaços de comunicação criados pelos atos de consumo e interpretação podem sergeográficos e físicos, assim como não geográficos e não físicos. (Rico Lie)
(...)
Com os conceitos de “liminal e liminoid” (de Turner) estou acentuando a posição intermediária dos espaços. Eles estão em um ponto intermediário entre o global e o local, guiando as observações do analista cultural em direção a elementos/formas culturais relevantes nestes espaços específicos. Os espaços são chamados espaços da comunicação intercultural porque o foco está na interação (coexistência, negociação e transformação) entre os elementos/formas culturais. (...). Eles parecem ser os espaços/esferas onde o global e o local devem ser transformados em interação. (Rico Lie)
BHABHA realmente abraça a idéia de espaço intermediário. Bhabha (1994) usa a escada como uma metáfora de liminalidade:
A escada como espaço liminal, entre as designações da identidade, converte‐se em processo de interação simbólica, o tecido conectivo que constrói a diferença entre superior e inferior, preto e branco. O aqui e o
acolá da escada, o movimento temporal e a passagem que ele permite, previnem a identidade de cada um dos seus extremos de instalar‐se como polaridade primordial. Esta passagem intersticial entre identificações fixas abre a possibilidade de uma hibridez cultural que abriga a diferença sem uma hierarquia assumida ou imposta. (BHABHA, 1994, p.4). o reconhecimento teórico do espaço dividido da enunciação pode abrir caminho para conceituar uma cultura internacional, que não está baseada no exotismo do multiculturalismo ou na diversidade de culturas, mas na inscrição e articulação da hibridez de cultura.
Com este fim, deveríamos nos lembrar, que é o prefixo ‘inter’ — o fio da tradução e negociação, o espaço intermediário — que transporta a carga da significação da cultura. (ibidem, p.38). Antes de aprofundarmos a discussão da relação entre “interculturalidade”, comunicação e espaço, vamos primeiro examinar mais minuciosamente a teoria de Turner do "liminal" e o “liminoid”. (Rico Lie)
Que são espaços “liminal e liminoid”?
Em várias disciplinas, a questão da “liminality” foi novamente considerada como conceito de interesse no estudo com culturas em contato e culturas em constantes mudanças. O conceito foi outrora utilizado no estudo mais estrito de rituais, principalmente os rituais da transição, (...). (Rico Lie)
A “liminality” referia‐se à fase intermediária das três fases que Gennep distingue em todos “os ritos de passagem”. As fases são: 1) separação, (2) margem (ou limen, significando 'limiar' em latim) (transição), e, (3) reagregação (reintegração). Especialmente com os ritos de iniciação (transição) (p. ex., iniciação do menino a homem, matrimônio ou morte), essas fases podem ser distinguidas claramente. Na fase da transformação, a pessoa não pertence à sociedade e não é membro da estrutura diária normal. (Rico Lie)
Cada um é localizado em um tempo e espaço que não tem nenhuma definição social. A identidade da pessoa ou grupo é pouco nítida. Uma posição tão “liminal” oferece uma possibilidade de reflexão e crítica, mas também de idealização, igualdade e camaradagem intensa. Este 'estado de ser' ou 'qualidade da relação' é o que Turner (1969) chama “communita”. É na “liminality” que o “communitas emerge. Turner (1974a, p.231) vê a estrutura social como o oposto de “communitas”, já que “communitas” existe fora do tempo estruturado. O autor define “liminality” como “potencialmente eem princípio uma região gratuita e experimental da cultura, uma região onde não só os novos elementos, mas também as novas regras de combinação podem ser introduzidas”. (TURNER, 1982, p.28).
Na liminality, os novos modos de atuar, as novas combinações dos símbolos, são provados, para ser descartados ou aceitos.... A essência do ritual é a multidimencionalidade, multivocalidade" dos seus símbolos (TURNER, 1977, p.40). “... na liminality as pessoas 'jogam' com os elementos do familiar e os desfamiliarizam. (TURNER, 1974b, p.60). (Rico Lie)
continua (ver restante do texto e referências citadas no link do título)
Repare no mundo das linhas que se cruzam e se tecem...
Repare no mundo das linhas que se cruzam e se tecem. Nós pensamos que as linhas são os componentes básicos das coisas e dos eventos. Assim tudo tem sua geografia, sua cartografia, seu diagrama diz Gilles Deleuze. Interessa as linhas que constituem os fluxos da globalização e da cidade. Eu tendo a pensar das coisas como jogos das linhas a desemaranhar mas a ser feitas também para cruzar-se. Eu não gosto de pontos?
As linhas não são coisas que funcionam entre dois pontos; já os pontos estão onde diversas linhas se cruzam. As linhas nunca funcionam uniformemente, e os pontos não são nada, mas inflexão das linhas. Mais geralmente, não são os inícios e as extremidades que contam, mas os intermédios. Deleuze tem interesse no desdobramento, abertura, desvelamento, no labirinto infinito da dobra para dobrar, que produz a topologia do mundo como um do processo que rejeita a ficção dos limites, da fixidez, a permanência, o encaixe, o enclave, o encravamento.
O que é importante, é que todas as dobras são igualmente importantes, não há nenhum mestre e nenhum seguidor, as dobras não podem ser diferenciadas em termos do essencial e o inessential, o necessário e o contingente, ou o estrutural e o ornamental. Cada dobra faz sua parte: cada dobra alarga ' o ' distante. O evento do origami está no desdobrar, apenas como o presente está em envolver: não como o índice, mas como o processo.
O que as dobras nos textos escritos por Deleuze significam para a introdução do parentesco foi feito exame por alguns teóricos como Bruno Latour, e Michel Serres. Observam que o próximo e tornado distante não é uma teoria métrica do espaço (e do tempo) que foi rejeitada a favor de uma teoria topológica em que o espaço-tempo é visto de modo dobrado, enrugado e multi-dimensional.
Espaço e Lugar em Montaner_ uma visão pós moderna [?!]
•A sensibilidade em relação ao lugar por parte da arquitetura contemporânea é um fenômeno recente [pós moderno ?!].
•O esforço do movimento moderno consiste em definir uma nova concepção de espaço tendo como base novos materiais: aço, concreto e vidro
•O moderno mantém uma concepção platônica e matemática de espaço de acordo com Montaner;
•Os primeiros textos que abordam a arquitetura com a arte do espaço são de August Schmarzow e Alois Riegl.
Ainda de acordo com Josep Montaner, em Modernidade Superada, publicado pela Editora Gustavo Gili:
A pintura cubista, no neoplasticismo: Rietveld, Van Doesburg, em Lazlo Moholy-Nagy, El Lssitzky, nos protótipos de Mies Van der Rohe e Le Corbusier exploram esta visão do espaço abstrato (platônico). Esta concepção é crucial nas interpretações historiográficas relacionadas com o movimento moderno, em autores como Sigfried Giedion e Bruno Zevi.
Abordagem da dobra em Gilles Deleuze 2011_1
De acordo com Michel Serres a dobra (dobrar – plier –francês- pli) implica (envolve) o volume e começa a construir o lugar. Ainda diz que a dobra que implica e multiplica (dobra sobre si e se desdobra) também permite passar do lugar ao espaço, associando a Michel de Certeau, permite passar do espaço, isto é, da prática do lugar (que implica em posições no espaço, em movimento, fluxo) ao lugar propriamente, que é ordem, convenção, indicando estabilidade, determinando um “próprio”.
“O espaço é um lugar praticado”.
“Assim a rua definida geometricamente pelo planejamento urbano é transformada em um espaço pelos caminhantes” (CERTEAU, 1984, p.117).
“O espaço é um lugar praticado”.
“Assim a rua definida geometricamente pelo planejamento urbano é transformada em um espaço pelos caminhantes” (CERTEAU, 1984, p.117).
Corroborando com esta idéia (aproximadamente), segundo Manuel Castells os espaços são criados por práticas sociais. Assim não são universais, eles são sempre historicamente específicos. Os espaços tornam-se socialmente importantes quando são constituídos por práticas sociais inumeráveis. Neste ponto definem uma espacialidade material de vida. Todas as espacialidades são produtos de agentes sociais que operam como os fabricantes dos espaços. Há fabricantes dos espaços de lugares que criam mundos de identidades ' locais ', e há fabricantes dos espaços dos fluxos que criam mundos das conexões. Com estas práticas sociais e suas espacialidades, são os dados formais da coexistência entre os espaços dos lugares e os espaços dos fluxos.
Uma primeira exploração da dobra em Gilles Deleuze
Deleuze serviu-se da metáfora do labirinto para explicar o conceito de espaço em Leibniz, em seu livro A Dobra. Diz Deleuze, “Leibniz explica em um texto extraordinário: um corpo flexível ou elástico ainda tem partes coerentes que formam uma dobra, de modo que não se separam em partes de partes, mas sim se dividem até o infinito em dobras cada vez menores, que conservam sempre uma coesão.
Assim, o labirinto do contínuo não é uma linha que dissociaria em pontos independentes, como a areia fluida em grãos, mas sim é como um tecido ou uma folha de papel que se divide em dobras até o infinito ou se decompõe em movimentos curvos, cada um dos quais está determinado pelo entorno consistente ou conspirante. Sempre existe uma dobra na dobra, como também uma caverna na caverna.
A unidade da matéria, o menor elemento do labirinto é a dobra, não o ponto, que nunca é uma parte, e sim uma simples extremidade da linha”.
O espaço ‘leibniziano’ é constituído como um labirinto com um número infinito de dobras, algo similar à cidade composta de quadras, casas, quartos, móveis, dobras dentro de dobras, dobras que conformam espaços, como um origami, a arte da dobradura do papel.
A dobra é a continuidade do avesso e do direito, do verso e reverso da folha, a arte de instaurar esta continuidade entre as superfícies. Deleuze A lógica dos sentidos.
O que está dentro está fora, e o que está fora, logo pode estar dentro.
“Não há lugares fora”Michael Hardt.
“A superfície, a cortina, o tapete, o casaco, eis onde o cínico e o estóico se instalam e aquilo de que se cercam. O duplo sentido da superfície, a continuidade do avesso e do direito, substituem a altura e a profundidade. Nada atrás da cortina, salvo misturas inomináveis.
“Nada acima do tapete, salvo o céu vazio. O sentido aparece e atua na superfície, pelo menos se soubermos convenientemente, de maneira a formar letras de poeira ou como um vapor sobre o vidro em que o dedo pode escrever”.
DELEUZE, G. A dobra. Papirus
CASTELLS, M. A Sociedade em redes: Ed. Paz e Terra
DELEUZE, G. A dobra. Papirus
CASTELLS, M. A Sociedade em redes: Ed. Paz e Terra
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