Wednesday, December 12, 2012

4 espaços: terra, território, espaço mercantil e espaço do saber

LÉVY. Pierre. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Loyola, 2003

Antropologia
Pierre Lévy coloca a hipótese de 4 espaços: terra, território, espaço mercantil e um novo espaço antropológico, o espaço do saber.
O que é um espaço antropológico? É um sistema de proximidade (espaço) próprio do mundo humano (antropológico), e portanto, dependente de técnicas, de significações, da linguagem, da cultura, das convenções, da representações e das emoções humanas.

TERRA E TERRITÓRIO
Terra. Neste espaço a relação com o cosmo constitui o ponto central deste espaço tanto no plano imaginário (totemismo, animismo) quanto no plano prático de sua relação de contato com natureza. Este vínculo com o cosmo e na relação de filiação ou de aliança com outros homens. O nome é a inscrição simbólica de uma linhagem.

Terra. O espaço nômade. Neste espaço a relação com o cosmo constitui o ponto central deste espaço tanto no plano imaginário (totemismo, animismo) quanto no plano prático de sua relação de contato com natureza. Este vínculo com o cosmo e na relação de filiação ou de aliança com outros homens. O nome é a inscrição simbólica de uma linhagem.
Território é uma invenção a partir do neolítico com a agricultura, a cidade, o Estado e a escrita. O território não suprime a terra nômade, mas tenta sedentarizá-la, domesticá-la. Aqui começa o desenvolvimento do conhecimento, a história, os saberes de tipo: sistemático, teórico e hermenêutico.
O centro da existência passa ser a uma entidade territorial (pertença, propriedade) definida por limites e fronteiras. Nosso endereço é nossa identidade no território dos sedentários e contribuintes. As instituições com as quais lidamos são igualmente territórios com suas hierarquias, burocracias, sistemas de regras, fronteiras, lógicas de pertença ou exclusão.

ESPAÇO MERCANTIL
O espaço mercantil, seu princípio organizador é o fluxo: de energia, de matérias-primas, de mercadorias, capitais, de mão de obra, informações. É um movimento de desterritorialização que não suprime o território mas subverte-o, subordina-o aos fluxos econômicos.
O espaço mercantil supera os demais em velocidade, que é o motor de sua evolução. A riqueza não provém do controle das fronteiras, mas do controle dos fluxos. A ciência experimental moderna é o modo de conhecimento típico do novo espaço de fluxos. Cada vez mais cede lugar a tecnociência movida pela dinâmica permanente da pesquisa e inovação.
A identidade aqui é a participação da produção e das trocas econômicas, é definida pelo emprego, pela profissão. Estes dois definem a posição no espaço mercantil.

ESPAÇO DO SABER
Espaço do saber, mal percebido, incompleto. Este novo horizonte deve-se a velocidade de evolução dos saberes, a massa de pessoas convocadas a a prender e produzir novos conhecimentos, e ao surgimento de novas ferramentas – a do ciberespaço – por trás do “nevoeiro” informacional, paisagens inéditas, distintas, identidades singulares, enfim novas figuras sócio-históricas que se constituem indícios da era, do novo espaço antropológico:
A velocidade, jamais a evolução das ciências, das técnicas foi tão rápida.
A massa tornou-se impossível reservar o conhecimento para a classe de especialistas. O conjunto coletivo deve aprender e inventar...

As ferramentas os instrumentos que dispomos são reduzidos para filtrar a informação pertinente, discernir significações...
Os conhecimentos vivos, o savoir-faire e competências dos seres estão prestes a ser reconhecidos como a fonte de todas as riquezas...
 

 

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